22 de agosto de 2008

Ex... Portes(XLVII)

As potenciazinhas...

Vou por em cima da mesa aqui. De novo... =D

Muito se fala nos fóruns e posts de blogs olímpicos da vida do desempenho da nossa delegação nos oriente...

Estamos há dois dias do fim dos jogos e atingimos as 12 medalhas, passando os jogos de Atenas na quantidade de penduricalhos metalizados. Metas são as 15 medalhas no total em Atlanta 1996, e 5 medalhas de ouro nas últimas olimpíadas. É difícil atingir essas duas metas. Mas quem sabe?

Poderíamos ter atingido tais metas facim-facim se os ditos "favoritos" não tivessem quedas providenciais, tropeços felomenais e equipamentos afanados. Mas não choremos os metais derretidos.

Como justificativas para o desempenho, muita gente diz que falta ainda investimento no esporte. Os cornetas - que parecem se multiplicar nessas épocas - rebatem, dizendo: "Eh, certo, e o que vc me diz da Jamaica, do Azerbaijão e da Etiópia? Estão melhores que o Brasil". Sim, eles estão corretos. Em parte.

Antes de mais nada, os números destes países - para o 14º dia de jogos:

Jamaica: 6 ouros, 3 pratas e 1 bronze (11º)
Azerbaijão: 1 ouro, 2 pratas e 5 bronzes (35º)*
Etiópia: 3 ouros, 1 prata e 1 bronze (22º)
...
Brasil: 2 ouros, 3 pratas e 7 bronzes (26º)

*Estava melhor que o Brasil até ontem =D

Levantada a bola, vamos aos fatos:

Achei no site do Estadão uma reportagem sobre os felômenos jamaicanos e como eles nascem:

"(...) O incentivo começa já no início da fase escolar dos garotos, com 3 ou 4 anos, e tem seqüência na adolescência e no período universitário. (...)  Em Spanish Town, perto da capital, há uma universidade - a GC Foster College - apenas para formar treinadores, centenas por ano. Os campeonatos colegiais, como o tradicional Champs, têm grande prestígio, divulgação pela mídia e apoio do governo, atraindo, assim, inúmeros interessados. (...) A estrutura é eficiente, apesar da falta de recursos financeiros. Não há pistas modernas, alojamentos luxuosos nem sofisticados centros de fisioterapia e musculação. O que existe é um expressivo número de praticantes do esporte, além de ótimos treinadores e programas bem planejados nas escolas e universidades."
--

Ou seja, 0% investimento, 100% determinação, empenho e competência. Detalhe para as modalidades das medalhas até então conquistadas: atletismo de velocidade (100m rasos, 200m rasos...) Nenhuma outra medalha de outro esporte.

No caso do Azerbaijão, temos o contrário. 0% empenho e competência, 100% investimento. Baku, a nababesca capital do país, tentou sem sucesso ser candidata aos jogos de 2016, só tentando mostrar sua riqueza para o COI. Não colou =D
Se vocês perceberem, o Azerbaijão está no momento em Pequim com 7 medalhas, todas em lutas (judô, boxe, greco-romana). E em nada mais.

A Etiópia, que está na frente do Brasil com um ouro a mais, segue a regra das escolas africanas no atletismo, em provas longas, como os 10000 e os 5000m rasos. Países assim apenas se preocupam em enviar representantes para modalidades que certamente trarão medalhas. Isso nunca fará da Etiópia uma potência olímpica REAL, como são EUA, China e Grã Bretanha. Etíopes são potência nas provas longas do atletismo e só. E, realmente, parece mais plausível, levando em conta o abismo entre estes países financeiramente falando...

Isso diferencia as campanhas. Claro, como eu disse, a Etiópia está na frente do Brasil no momento, mas dificilmente mandaria delegações fortes - pelo menos para chegar em finais com chances de medalha - para natação ou judô, por exemplo. Esportes coletivos então, nem se fala...

O grande diferencial do Brasil é que ele se prepara para ser uma potência olímpica REAL - entende-se integrante de múltiplos esportes. Logicamente ainda precisamos progredir em muitas modalidades, e deixar o complexo de vira-lata descrito pelo genial Nelson Rodrigues de lado, mas estamos enviando delegações até que bem fortes - como Judô e Ginástica Olímpica -, ou seja, os índices estão sendo atingidos. Investimentos E competência. Esse é o segredo do sucesso nos próximos jogos. Basta querer...

Inté+

P.S.: Ó, eu tô com a Janeth. Olimpíada aqui no Brasil ia transformar o país em potência REAL.

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